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Bahia

CAPIMGROSSENSE CONTRAI DOENÇA MISTERIOSA QUANDO EM VIAJEM A SALVADOR

Publicada em 23/10/18 às 10:27h

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CAPIMGROSSENSE CONTRAI DOENÇA MISTERIOSA QUANDO EM VIAJEM A SALVADOR
 (Foto: JORGEQUIXABEIRA)

Uma capimgrossense que não quis se identificar, quando em viajem a Salvador no último feriadão, contraiu a doença misteriosa que intriga os profissionais de saúde do estado.

Ela relata que manchas surgiram na pele na região do abdômen para baixo, principalmente nas pernas, causando ardência e coceira, assustada procurou um médico, que medicou medicamento para alergia, mais até o momento as manchas não sumiram.A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) divulgou uma lista das localidades onde casos da doença misteriosa que deixa a vítima com manchas vermelhas na pele já foram confirmados.

Dos registros, um é em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Os demais aconteceram em diferentes bairros da capital baiana. Infectologistas, até esta segunda-feira (22/10), ainda investigam a doença. Os sintomas no paciente são: prurido, uma sensação incômoda na pele, e exantemas, uma espécie de erupção.

A Secretaria Municipal da Saúde disse que o bairro de Patamares vive um surto. Isso porque foram notificados pela pasta, somente no Greenville, 79 casos. A Sesab registrou no mesmo local seis pessoas com sintomas semelhantes.

VEJA A LISTA DOS OUTROS BAIRROS ONDE JÁ FORAM CONFIRMADOS CASOS:

Canabrava
Canela
Pau da Lima
Fazenda Grande II
Jardim das Margaridas
Dom Avelar
Cajazeiras
São Marcos
Lauro de Freitas

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), devido ao número alto, já é considerado um surto no bairro Patamares. Outros quatro casos, apontados pela Sesab, ainda estão em análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

A Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas (PMLF) informou que enviará equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ-Lauro) para as ruas do município, localizado na região metropolitana de Salvador, em busca de casos da doença misteriosa que ganhou destaque no estado durante os últimos dias. 

Investigação

As hipóteses sobre o que exatamente é a doença ainda não estão claras, conforme explicou Antônio Bandeira, presidente da Associação Baiana de Infectologia (SBI), que está ajudando nas investigações com os órgãos da saúde. 

O infectologista apontou que ainda existem muitas amostras que vão passar por análise. Inicialmente, a desconfiança é de que não se trata de uma doença contagiosa.  Porém, ainda não foi descartada a possibilidade de transmissão por algum tipo de vetor: animais como fungos e mosquitos também estão sendo analisados. Segundo Bandeiro, um primeiro relatório deve ser emitido até o início da próxima semana.

“Ainda precisamos buscar informações com pacientes, analisar os exames que já foram coletados e ter uma ideia melhor do que pode ser a doença. Não há nenhuma hipótese definitiva”, afirmou o médico.
Bandeira ainda revelou que os primeiros testes “deixaram muito claro de que não se trata de alergia, como se pensava inicialmente. Também não parece ser nenhum tipo de sarna ou arbovirose, como dengue e chikungunya”.

Denúncia
Dono de um restaurante em Morro de São Paulo em conjunto com a esposa, Winerã Rabelo denunciou ao CORREIO que teve os mesmos sintomas da doença misteriosa há cerca de quatro meses. O caso dele não foi contabilizado oficialmente pelos órgãos de saúde. 

O empresário de 23 anos afirmou que desde o Verão passado alguns moradores do condomínio onde mora reclamam de “uma certa alergia que ninguém sabe exatamente o que é”.

Winerã contou que os sintomas começaram em maio. Um pouco antes de deitar para dormir, ele sentiu um calor muito forte além de coceiras intensas no corpo. Foi até o chuveiro para tomar banho e viu que a pele tinha marcas e vermelhidão por todo o corpo.

O jovem empresário foi até uma dermatologista, que sugeriu uma reação alérgica a castanha, já que, segundo contou Winerã, tinha dado uma exagerada na comida baiana durante aquela semana. A médica receitou um antialérgico e com cerca de uma semana os sintomas diminuíram. Winerã ainda acrescentou que essa redução coincidiu com um período que ele passou em Salvador.

Ao retornar para Morro de São Paulo, voltaram, também, os sintomas. Ele se medicou com o mesmo antialérgico e também comprou um sabonete de tratamento para sarda que foi sugerido por uma farmacêutica na ilha localizada a 60km da capital.

Nesse mesmo período, já no início de junho, a esposa de Winerã apresentou os mesmos sintomas.“Chegamos a pensar que era por conta de algumas mariposas que apareceram no condomínio onde moramos. Ninguém soube dizer exatamente o que eu tinha”, revelou Winerã.

O que se sabe até agora:

  1. Primeiro caso foi registrado em agosto, em um condomínio no bairro de Patamares;
  2. Outros moradores do mesmo condomínio passaram a apresentar os mesmos sintomas;
  3. Os moradores relatam primeiro sentir uma dor rápida, que chamam de pinicada;
  4. Em seguida as manchas vermelhas e a coceira aparecem;
  5. Os sintomas duram entre 5 e 6 dias;
  6. Cremes, pomadas e hidratantes estão sendo utilizados para aliviar a coceira;
  7. As pessoas têm idades entre 4 e 64 anos;
  8. O CCZ e a Fiocruz instalaram armadilhas no entorno do condomínio;
  9. O condomínio Le Parc desmentiu boatos de que houve casos da doença na unidade;
  10. A SMS registrou 79 casos em um mesmo condomínio em Patamares;
  11. Sesab confirma 11 casos - 10 em Salvador e 1 em Lauro de Freitas.



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