O Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) vai realizar um procedimento raro
na próxima semana, quando uma paciente será submetida a uma cirurgia no
cérebro enquanto estiver acordada. A.S.M. tem 34 anos e um tumor
localizado na região que afeta a linguagem. Para atingir o sucesso
durante a cirurgia, ela terá que se comunicar com os profissionais da
neurocirurgia durante o procedimento, que será realizado na próxima
terça-feira (9).
Conhecida como “awake craniotomy” (craniotomia
acordada, em tradução literal), a técnica é feita com o crânio aberto e o
paciente precisa responder a perguntas simples, como “quais são os dias
da semana?”. Contudo, há casos em que deve resolver uma operação
matemática ou tocar um instrumento musical. De modo geral, a cirurgia é
utilizada para a remoção de tumores cerebrais que estão próximos às
áreas que controlam linguagem e movimento do corpo. “Nós temos cerca de
uma hora e meia para tentar retirar a lesão”,
explicou o coordenador do serviço de neurocirurgia do HGRS, Leonardo Avellar. Referência em neurocirurgia – Diretor-geral do HGRS.
O médico anestesista José Admirço
Lima Filho, lembra que o hospital passa por uma grande reestruturação
e, nesse sentido, existe um entendimento para que ele se torne cada vez
mais vocacionado para áreas específicas, como a neurocirurgia. “Temos
buscado, ao máximo, um incremento quanto ao atendimento referente à
neurocirurgia. Hoje o hospital conta com uma bioimagem, que tem
ressonância e tomografia de ponta. Também estamos aprimorando a
qualificação da equipe”, detalhou. Na análise do gestor, o chefe da
neurocirurgia conseguiu agregar um grupo de cirurgiões diferenciados,
com condições de realizar os procedimentos mais complexos. “Nós ficamos
muito felizes porque conseguimos integrar essa especialidade ao SUS
[Sistema Único de Saúde], cumprindo a meta de oferecer assistência
qualificada e humanizada ao usuário”, disse José Admirço.
De acordo com
informações do secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, a
tendência do Governo do Estado da Bahia de vocacionar as unidades da
rede de saúde resulta em mais produtividade. “Concentração de
especialistas e leitos específicos impacta em mais resolutividade. Os
benefícios são visíveis não apenas para os pacientes, mas [também] para
estudantes e residentes de medicina, que, em um ambiente rico e
complexo, são capazes de adquirir mais conhecimento”, afirmou.
Com informações do Correio24horas