A Petrobras reajustou nesta sexta-feira (11), os preços de gasolina e diesel para as distribuidoras. O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Já para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%.
Por conta deste aumento, vários caminhoneiros paralisaram as atividades na manhã desta sexta, na BR-116 Norte, próximo à passarela do bairro Cidade Nova, em Feira de Santana.
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Após a privatização, a gasolina na Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, vendida pela Petrobras para a Acelen, empresa criada pela Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, custa 6,4% a mais do que a vendida pela estatal. A diferença em relação ao valor do diesel S-10 é menor, 2,66%.
Umas principais liderenças do setor, Wallace Landim, mais conhecido como Chorão, disse nesta quinta, 10, em entrevista a portal Exame, que a alta dos preços no combustível pode levar os caminhoneiros a uma paralisação geral. “Nesse exato momento, eu vejo que, se o governo não fizer nada, o país vai parar por não haver mais condições de rodar", afirmou Landim. O caminhoneiro é presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), uma das diversas entidades que compõem o setor.
Vale lembrar que o valor final dos preços dos combustíveis nas bombas depende também de impostos e das margens de lucro de distribuidores e revendedores. A gasolina na Bahia já passa dos R$ 8 no interior do estado e em Salvador, a média é de R$ 7,90 o litro.
Os combustíveis comercializados pela refinaria baiana, privatizada pela Petrobras em novembro de 2021, foram reajustados pela 5ª vez em 2022, no sábado (4).
A última tentativa de greve ocorreu em novembro do ano passado. Na ocasião, não houve a mobilização esperada e a paralisação pretendida acabou não acontecendo. Em 2018, uma paralisação nacional dos transportadores parou o país.
A equipe do Bnews procurou a assessoria da Polícia Rodoviária Federal e, até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno.
Um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wallace Landim, o Chorão, se diz arrependido de ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro (PL), após a Petrobras ter anunciado um mega-aumento no preço da gasolina, do gás de cozinha e, principalmente, do diesel.
"Apoiei o Bolsonaro, fiz campanha para ele, e de graça. Recebi a comenda do mérito de Mauá, o maior mérito do transporte que existe no Brasil, pelos serviços prestados ao transporte. E, com toda sinceridade, não trabalho mais para ele, não voto nele. Tudo o que prometeu pra nós, ele não cumpriu", diz Landim.
Ele considera, porém, que não será necessário chamar uma paralisação no momento, já que o país parará "automaticamente", frente à inviabilização das atividades de transporte.