É
muito comum o sonho de jovens brasileiros servirem as Forças Armadas,
porém, essa vontade pode ir além disso. O site br324.com entrevistou com
exclusividade Antonio Henrique dos Santos Almeida, 19 anos, nascido em
Capim Grosso-BA em 28 de outubro de 1999, filho dos saudosos Maria Iza
dos Santos Almeida (Professora Iza) e Erivaldo Ramos de Almeida (Pé de
Galinha) e que hoje faz parte do Exército Iraquiano. Henrique morou em
Capim Grosso até 2018, estava deprimido com a morte dos pais e segundo ele não aguentava
mais ficar no Brasil. Através das redes sociais com postagens de vídeos
no Instagran começou a ser seguido por membros do exército iraquiano.
“Eu colocava a # (hastag) de um lutador muito famoso do Iraque de MMA e
UFC, mas não imaginava ganhar os seguidores, são pessoas de Kusditan,
parte que divide o país, do outro lado fica a Síria, Vietnã e Bagdá”,
explicou. “Entrei em contato, pois queria ir pra lá, colocava as
palavras em português no google tradutor e recebia em Persa (dialeto
iraquiano) e mandava pra eles que respondiam e eu traduzia”, continuou.
Para chegar ao destino final vendeu uma moto, “eu tinha uma moto 300
cilindradas vendi e comprei a passagem, em um mês, já estava lá”, disse.
Pegou um voou de Salvador para São Paulo e depois para Portugal e em
seguida chegou em Istambul na Turquia e por último em Erbil no Iraque,
por volta de meia noite, pegou um taxi até a base militar, ligou de
chamada de vídeo e um componente do exército o levou até as
dependências, onde o serviram pão, café e queijo. Segundo Henrique ele é
o único brasileiro servir ao exército iraquiano em sua base, e contou
ao br324, que chegou a pensar em tirar a própria vida, porém hoje já tem
outra forma de pensar sobre o comportamento do ser humano. Disse ainda
que não quer mais voltar para o Brasil, pretendendo seguir carreira
militar já que conseguiu o visto de permanência no país. Explicou que o
Iraque nada tem contra outros países, apesar dos problemas com a
Turquia, por estarem mais alinhados com os Estados Unidos e França,
questões de combate ao Estado Islâmico, “algumas pessoas do Iraque
cansaram de sofrer atentados e o Governo se alinhou com a América e
criaram o grupo PAK”.
Relatou que só existe duas bases do Estado
Islâmico, acreditando que a guerra já esteja próxima do fim. Já
participou de conflitos na Síria e faz parte do Partido Liberacion de
kurditan que procura a liberdade das pessoas, pois segundo ele o Estado
Islâmico aproveita de crianças de 12 anos de idade para transformarem em
homens bombas. “O exército iraquiano acredita em Deus, porém o que
motiva a guerra não é a religião e sim o petróleo”, definiu. Sua rotina
social no país é sair com colegas para shoppings, parques e comer pizza,
nunca tinha pego em armar antes de se alistas nas forças armadas
iraquianas e quatro dias após sua chegada teve o primeiro contato, com
cursos e direcionamentos já desmonta um ak47 (metralhadora) em 19
segundos, sendo seu recorde pessoal. Segundo Henrique tem apenas ele de
brasileiro nessa base além de uma mulher a qual não tem aproximação, e
que muitos do Brasil vão para a França, país que pretende morar após o
término do projeto. “Sempre foi isso que eu quis e a pessoa que quer
alguma coisa deve correr atrás, não ligar para críticas de outras
pessoas assim o sonho pode ser realizado, “não se misturando com
amizades ruins e ouvir muito os seus pais”, finalizou.
Texto: br324
Fotos: arquivo; br324