Quatro jovens morreram e dois estão desaparecidos após serem atingidos
por uma tromba d'água em uma cachoeira de São João Batista do Glória,
MG, no sábado (22). Pelo menos um deles estava no grupo de amigos que
fazia rapel na Cachoeira do Zé Pereira, quando o trecho foi atingido
pelo água. O segundo desaparecido nadava no local.
Os corpos de outras quatro pessoas foram encontrados neste domingo (24). Todos já foram identificados. Morreram no incidente:
Pollyana Diniz - 26 anos, Mariana de Melo Horta - 23 anos, Maurílio Pádua Silveira - 30 anosAlexsandro Antônio Pereira de Souza - 32 anos
Pelo menos quatro pessoas desciam um paredão, utilizado para rapel, em
um local de difícil acesso, que fica no bairro rural das Palmeiras.
Outras três navadam na cachoeira - um homem conseguiu escapar e pediu
socorro.
O primeiro corpo encontrado foi o de Mariana, que fazia rapel. Os corpos
de Maurílio e Alexsandro, que também estavam no rapel, foram
localizados em seguida - eles haviam sido arrastados por cerca de 300
metros abaixo do topo da cachoeira. Foi preciso içar os corpos, com a
ajuda de um helicóptero, até um terreno.
Depois, os bombeiros encontraram Pollyana, que nadava na cachoeira. O
corpo dela foi localizado no Ribeiro Capetinga, às margens de uma
fazenda na zona rural. A vítima foi arrastada por cerca de 1500 metros.
De acordo com amigos, ela estudou na PUC-Campinas e morava na cidade
paulista desde os tempos de faculdade. Pollyana começou a ser velada às
6h, em Passos (MG).
Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Passos.
Não há informações sobre o enterro das vítimas. As buscas aos
desaparecidos foram retomadas na manhã desta segunda-feira
Acesso proibido
Em entrevista à repórter Graziela Fávaro, da EPTV, afiliada da Rede
Globo, o dono da área onde fica a Cachoeira Zé Pereira, afirmou que a
entrada é proibida. Próximo à cachoeira, há dois anos, foi instalada uma
placa que indica o ponto de propriedade particular, com acesso
restrito.
"[O turista] Vai só entrando. Se por arame, eles picam, não respeitam.
Eu sei que é perigoso. Mas eles são conscientes do perigo e não
respeitam", explica Osmar Batista.
Buscas
A primeira informação era de que apenas uma mulher estaria desaparecida
após a chuva no fim da tarde de sábado. O Corpo de Bombeiros foi
acionado pelas famílias e começou as buscas logo depois, mas o trabalho
teve que ser interrompido devido à falta de claridade com a chegada da
noite.
Logo no início da manhã de domingo, no entanto, o corpo da mulher foi
encontrado. Depois, já por volta de meio dia, as demais vítimas
começaram a ser localizadas.
Os bombeiros trabalharam até as 18h de domingo em busca dos últimos dos
desaparecidos. Os trabalhos tiveram apoio de um helicóptero, que foi
dispensado após risco de novas chuvas no local.
G1