Parte de uma ponte do complexo Alça Viária, que liga regiões do Pará, caiu na madrugada deste sábado (6) no Rio Moju, próximo ao município de Acará. Pelas redes sociais, o governador do estado, Helder Barbalho, que sobrevoou o local hoje nas primeiras horas da manhã, disse que o acidente teria sido causado por uma balsa que colidiu com um dos pilares da ponte, que é a terceira da Alça Viária. Dois veículos que passavam no local, no momento da colisão, caíram. Segundo Barbalho, um gabinete de crise foi instalado e, de manhã, representantes de diversos órgãos de segurança pública discutiram ações para acelerar o resgate das vítimas.
A mobilização da equipe de governo ocorre na sede do Comando do Corpo de Bombeiros, em Belém. A corporação informou que já iniciou buscas na área. “É um dia triste, com esse episódio lamentável. Neste momento, a nossa prioridade é agilizar as buscas pelas vítimas e dar total apoio às suas famílias”, disse o governador. Segundo os bombeiros, nenhum tripulante, certificado ou documento da embarcação que atingiu a ponte foi encontrado no local.
Técnicos das secretarias estaduais também estão reunidos na sede do Corpo de Bombeiros para definir alternativas que garantam a mobilidade de veículos que utilizam a área da ponte. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) vai acionar judicialmente a empresa proprietária da balsa que colidiu com um dos pilares. A estrutura fica localizada na Rodovia PA-483, que sofreu avarias por constantes choques de embarcações e estava em reparos há cerca de dois meses.
Governador do Pará decretará estado de emergência
Em entrevista coletiva à imprensa neste sábado (6), o governador do
Pará, Helder Barbalho (MDB), disse que pelo menos cinco pessoas estão
desaparecidas após a queda de parte da ponte da Alça Viária, que fica
sobre o rio Moju, no interior do Pará. As vítimas estavam entre os
tripulantes da balsa que atingiu um dos pilares da terceira das quatro
pontes do complexo. Ele informou que decretará estado de emergência
ainda hoje.
As primeiras informações dão conta de que a embarcação, que transportava dendê, teria perdido o controle. “Houve uma primeira tentativa de frear a balsa, mas não teria sido exitosa. Na segunda, teria paralisado o motor da balsa e a partir daí, ela ficou à deriva e colidiu com a ponte”, detalhou o governador, com base no relato de um trabalhador que estava no local.
Ainda segundo essa mesma testemunha, dois carros de passeio passavam pela parte afetada no momento da queda. No acidente, 200 dos 860 metros da ponte desabaram. “Estamos com a equipe do Corpo de Bombeiros fazendo as buscas e também solicitamos à Capitania dos Portos, que já está indo [ao local] com uma embarcação [equipada] com radar para colaborar”, explicou o governador.
Helder Barbalho disse ainda que a Polícia Civil já está investigando o caso e que proprietária da balsa já teria sido contatada e estaria indo ao local para prestar esclarecimentos. A ponte afetada é a terceira de um conjunto de quatro do complexo da Alça Viária construído sobre o rio Moju. Ela fica na rodovia PA-483 e liga a região metropolitana de Belém com o interior do estado
Para minimizar os problemas de deslocamento no local, as operadoras de balsas da região, que normalmente atuam com três embarcações de hora em hora e uma em regime de espera passarão a atuar com oito embarcações 24 horas por dia. “A partir de agora não mais horário fixo para as saídas de balsas, encheu, saiu”, explicou Barbalho.
Por causa da situação, o governador decretará ainda hoje estado de emergência no Pará. “Isso nos dará mais agilidade frente as demandas que estão surgindo”, justificou. Também como parte das providências tomadas pelo governo do estado, serão colocadas defensas – protetores de pilares – em todas as pontes do complexo da alça viária. “Essa ponte atingida não tinha defensa e nós havíamos colocado sinalização, que também não existia. Estamos em fase de contração das defensas, mas vamos fazer no critério de contratação de emergência por causa da excepcionalidade do caso”, afirmou.
Barbalho também vai autorizar obras para que a Estrada do Quilombola seja uma alternativa para veículos de passeio e ônibus. “Isso vai requer a construção de uma ponte que já foi autorizada”, acrescentou.
Agência Brasil.