O médico chinês Li Wenliang morreu vítima de complicações do coronavírus nesta quinta-feira (6) em Wuhan, China. Wenliang alertou o público sobre uma possível doença "semelhante à Sars" em dezembro de 2019. A Organização Mundial da Saúde confirmou a morte no Twitter:
Ele foi interrogado pelas autoridades sanitárias chinesas e mais tarde foi convocado pela polícia de Wuhan, epicentro da epidemia, para assinar uma carta de reprimenda na qual ele foi acusado de "perturbar gravemente a ordem social" e "espalhar boatos online".
Li Wenliang, que tinha 34 anos e uma filha, foi hospitalizado em 12 de janeiro após contrair o vírus de um paciente. Em 1º de fevereiro, foi confirmado que ele tinha a doença.
O médico trabalhava no centro do surto quando, em dezembro, soube de sete casos de uma infecção sem classificação oficial, mas semelhante à causada pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Todos os pacientes em questão tinham alguma ligação com o Mercado de Haunan, onde animais vivos eram mantidos para comércio de alimentos.
Ainda em dezembro, Wenliang enviou mensagens para outros médicos em aplicativos de celular para alertá-los da situação. "Em quarentena no departamento de emergência", escreveu o médico. O coronavírus já matou mais de 560 pessoas na China e infectou mais de 14.380 em todo o mundo.