A mulher que filmou o marido a estuprando dentro da própria casa em Praia Grande, no litoral de São Paulo, revelou, nesta quinta-feira (2), outros crimes praticados pelo empresário, como agressão e ameaça.
Com detalhes, a vítima, Juliana Guerreiro, de 34 anos, contou sobre as diversas formas em que foi agredida e ameaçada, e contou que até mesmo o seu filho foi vítima do homem.
Em entrevista para a TV Tribuna, afiliada da TV Globo, Juliana explicou ter começado a namorar com Ricardo em 2018. Ela afirmou que o suspeito, no início, era cuidadoso e amoroso, não demorou para que os dois se casassem, em 2019.
As agressões, no entanto, se iniciaram quando ela estava grávida de três meses. Os primeiros socos aconteceram no aniversário dela.
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"Ele veio me xingando, querendo brigar e, de repente, ele começou a me dar um monte de soco. Ele saiu me socando do quarto dele até o quarto de frente, que é do filho dele", contou.
Após a morte da mãe dela, em 2021, os ataques aumentaram. Tomando antidepressivo, ela tinha muito sono, enjoo e tontura, e foi nessa época que os estupros começaram.
"Ele me acordava a força, me arrastava pela cama, cheguei a acordar e ter o lençol sangrando", diz, contando ainda que ele a ameaçava por mensagens. A mulher só começou a ter coragem de denunciar o marido depois que ele passou a ser agressivo também com os filhos dela.
Em uma ocasião, ela resolveu sair do apartamento do casal, após ver que o ex-marido queria brigar com ela. "Quando eu olho pelas câmeras, ele estava tratando mal o meu filho mais velho. Eu tenho a filmagem, inclusive. Aí eu falei: meu filho não vai sofrer o que eu sofri. A gente aguenta, mas a gente não deseja para o filho. O pequeno, que é nosso, ele bateu bastante. Marcas de mão desde a costela até o bumbum dele", conta.
Juliana revelou ter sofrido diversas ameaças de morte por mensagens de texto e vídeos. Em uma das filmagens, o suspeito filma a própria mão e diz que "é mais fácil eu usar essa mão aqui para te esfaquear do que para poder te pagar alguma coisa".
Juliana tentou se separar diante das agressões físicas e chegou a fugir para o interior, mas Ricardo descobriu e foi atrás dela.
Prisão e crime cometido em 2000
Com a investigação da Polícia Civil e a junção de diversas provas, a prisão temporária de Ricardo foi decretada e ele foi preso pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande.
Contra Ricardo há ainda uma condenação a mais de 37 anos por tentativa de homicídio contra seis pessoas em 2000. Ele estava em liberdade devido a um habeas corpus.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em 2000 Ricardo tentou matar seis pessoas em uma choperia em Praia Grande. À época com 24 anos, ele teria se desentendido com um grupo e atirado contra as pessoas junto a outro homem armado. Dois se feriram na tentativa de homicídio.
Segundo o documento do TJ-SP os dois atiradores tentaram matar as vítimas "por motivo fútil e utilizando-se de recurso que dificultou a defesa das vítimas, mediante disparos de arma de fogo".
BNews