A vítima mostrou marcas pelo corpo provocadas pelas agressões do
namorado. “Isso aqui foi uma tesourada que ele deu na minha perna. Isso
aqui foi um pedaço de madeira que ele estourou na minha perna”,
mostrou.A vítima foi resgatada pelo pai na terça-feira (19). O homem
contou que desconfiou que alguma coisa errada estava acontecendo com a
jovem após tentar falar com a filha algumas vezes e não conseguir. Ele
diz que era o namorado da garota que atendia o celular sempre que
ligava, e inventava desculpas para ele não falar com a jovem.
“Sempre que eu falava que vinha aqui na casa, para ver ela, ele dizia
que estava de saída ou as vezes dizia que não estava aqui, estava em
Salvador. Cuidando de uma suposta avó, que ele inventou que tinha uma
avó doente, e que ela estaria lá cuidando dessa avó”, falou o pai da
jovem.
O casal estava junto há oito meses e morava em uma casa que pertence ao
pai da vítima, no bairro Phoc II. Os avós da jovem moram em uma
residência em cima do imóvel, mas não desconfiaram da situação. O caso
só foi descoberto depois que o pai da menina resolveu ir ao local.
O homem conta que, ao chegar no imóvel, começou a chamar pela filha, que
pediu socorro. O suspeito não estava na casa no momento do resgate. O
homem entrou na residência e achou a filha amarrada, no quarto, com
marcas de agressões no corpo.
“[Ao ouvir o pedido de socorro] foi quando eu entrei em desespero,
“meti” o pé na porta. Quando eu cheguei aqui entrei, a minha filha
estava amarrada, sem força para levanta", contou o homem.
"Assim que meu pai me resgatou, que meu pai arrombou a porta de casa e
me achou lá amarrada, toda ferida, eu peguei e falei: 'Eu vou esquecer
disso. E eu realmente esqueci e eu não consigo nem lembrar muito como é o
rosto dele'", disse a jovem, emocionada.
Segundo a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Camaçari, em 2018
foram registradas 1.354 mil queixas de violência contra a mulher. Uma
média de três denúncias por dia.
Do total, apenas 1.127 mil resultaram em inquéritos. Conforme a
Delegacia, o número de investigações abertas é menor que o de queixas
porque muitas vítimas não comparecem às audiências para dar continuidade
ao processo de investigação.
Neste ano, foram 127 queixas em janeiro, 124 em fevereiro e 101 até o dia 19 de março – totalizando 352 queixas.
G1 Bahia.